DIABETES MELITO

Henry Marutaka

04/03/2015

O diabetes melito é uma desordem comum do metabolismo de carboidratos que provavelmente tem muitas causas, embora o problema básico seja a produção diminuída de insulina ou a resistência tecidual aos efeitos da insulina. O resultado desse estado anormal é um aumento no nível sangüíneo da glicose (hiperglicemia).

O diabetes melito é geralmente dividido em dois tipos:

  • TIPO I: insulino-dependente ou de aparecimento juvenil;
  • TIPO II: não insulino-dependente ou de aparecimento adulto.
  • Diabetes gestacional ocorre durante a gravidez e, na maior parte dos casos, é provocado pelo aumento excessivo de peso da mãe.

O tipo I é caracterizado por uma ausência de produção de insulina. Os pacientes geralmente apresentam-se com hiperglicemia intensa e cetoacidose (pH sangüíneo baixo, ou seja, ácido). A maioria dos pacientes apresentam a doença durante a infância, necessitando de injeções de insulina exógena para sobreviver.

O tipo II é, algumas vezes, mais difícil de diagnosticar. Geralmente, ocorre em adultos mais velhos, obesos. Embora a hiperglicemia esteja presente, a cetoacidose raramente se desenvolve. Além disso, os pacientes podem produzir alguma insulina endógena. Alguns podem tomar insulina, para ajudar a controlar a doença; as injeções de insulina, entretanto, geralmente não são necessárias para a sobrevivência do paciente.

Sinais e sintomas

  • Cansaço e letargia pela falta de glicose, que é a principal fonte de energia para o corpo;
  • Ingestão aumentada de alimentos (polifagia);
  • Urina com mais freqüencia (poliúria);
  • Aumento da sede, o que leva ao aumento da ingestão de água (polidipsia);
  • Boca seca;
  • Feridas, principalmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar;
  • Infecções fúngicas na pele e nas unhas;

Complicações

Muitas complicações do diabetes melito estão diretamente relacionadas á obstrução de pequenos vasos sangüíneos, produzindo doença vascular periférica. A conseqüente diminuição da perfusão tecidual resulta em isquemia predispondo o paciente á infecção, particularmente a infecções graves, tais como a gangrena. Como a função dos neutrófilos, que são as células de  defesa do organismo, estão comprometidas, é necessária a amputação da extremidade devido á incapacidade do paciente de enfrentar a infecção. 

A obstrução vascular pode afetar as artérias coronárias (o que coloca o paciente em risco de infarto do miocárdio) ou das artérias carótidas e seus ramos (predispondo o paciente a acidente vascular cerebral). Quando a obstrução microvascular afeta os vasos da retina, resulta, caracteristicamente, em cegueira. 

As manifestações orais são geralmente limitadas aos pacientes tipo l. Os problemas incluem a doença periodontal, acometendo os tecidos de suporte dos dentes como gengiva, ligamentos periodontais e osso alveolar.

A cicatrização após cirurgia pode ficar retardada, e a probabilidade de infecção torna-se provavelmente aumentada.

Diabéticos são mais suscetíveis á candidose oral nas suas várias formas clínicas. 

Mais de 30% apresentam atrofia das papilas centrais da face dorsal da língua. A xerostomia, uma sensaçao subjetiva de secura da mucosa oral, tem sido relatada como queixa em um terço dos pacientes diabéticos.

Recomendações

  • O tratamento do diabetes exige, além do acompanhamento médico especializado, os cuidados de uma equipe multidisciplinar. Procure seguir as orientações desses profissionais;
  • A dieta alimentar deve ser observada criteriosamente. Procure ajuda para elaboarar o cardápio adequado para seu caso. Não é necessário que você se prive por toda a vida dos alimentos de que mais gosta. Uma vez ou outra, você poderá saboreá-los desde que o  faça com parcimônia;
  • Um programa regular de exerçicios físicos irá ajudá-lo a controlar o nível de açúcar no sangue. Coloque-os como prioridade em sua rotina de vida;
  • O fumo provoca estreitamento das artérias e veias. Como o diabetes compromete a circulação no pequenos vasos sangüíneos (retina e rins) e nos grandes vasos (coração e cérebro), fumar pode acelerar o processo e o aparecimento de complicações;
  • O controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol e triglicérides deve ser feito com regularidade;
  • Medicamentos à base de cortisona aumentam os níveis de glicose no sangue;
  • Não se automedique;
  • O diagnóstico precoce é o primeiro passo para o sucesso do tratamento. Não minimize seus sintomas. Procure logo um serviço de saúde se está urinando demais e sentindo muita sede e muita fome.

Tratamento e prognóstico

No tipo II a modificação dietética pode ser o único tratamento necessário, consistindo, geralmente, numa redução no valor calórico dos alimentos consumidos, objetivando a perda de peso. As mudanças dietéticas podem necessitar de complemento com um agente hipoglicêmico oral, como a tolbulamida, clorpropamida, tolazamida ou gliburida. Se tais modalidades não controlarem os níveis sangüíneos de glicose, o tratamento com insulina será necessário.

No tipo I as injeções de insulina são necessárias para controlar os níveis sangüíneos de glicose.

O diabetes não pode ser dissociado de outras doenças glandulares. Além da obesidade, outros distúrbios metabólicos (excesso de cortisona, do hormônio do crescimento ou maior produção de adrenalina pelas  supra-renais) podem estar associados ao diabetes.

Dieta alimentar equilibrada é fundamental para o controle do diabetes. A orientação de uma nutricionista e o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras podem ajudar muito a reduzir o peso e, como conseqüência, cria a possibilidade de usar doses menores de remédios.

Atividade física é de extrema importância para reduzir o nível da glicose nos dois tipos de diabetes.